DESIGNER DINOSSAURO
Muito antes da primeira tipografia respirar chumbo, Jophra já rabiscava símbolos nas paredes de cavernas — e não por estética, mas por necessidade existencial. Autodenominado “designer dinossauro”, ele sobreviveu à extinção do bom senso gráfico, aos modismos que sacrificam o conteúdo em nome da aparência e às transições de pixel em pixel como quem atravessa séculos de ignorância visual. Jophra não cria para agradar, mas para inquietar. Seus layouts desafiam algoritmos, suas palavras colidem com os olhos como pedras sagradas. Jophra cria mitologias digitais com cheiro de pergaminho queimado.
Não está em busca likes, mas sim por um legado.
Vi o nascimento da imprensa como quem assiste ao primeiro suspiro de um deus gráfico. Fui moldado pelo compasso, pelo esquadro, pelo silêncio das pranchetas — onde cada traço era uma escolha e cada espaçamento, um respiro da alma.
Sou, com orgulho, um designer dinossauro. Amo o rigor das técnicas antigas, a beleza dos papéis texturizados, a dignidade das letras bem desenhadas à mão. Há uma ética na precisão, uma poesia na composição que jamais abandonei.
Mas engana-se quem pensa que vivo fossilizado.
Tenho olhos que não envelhecem: curiosos, famintos, abertos ao turbilhão que gira nas telas líquidas do agora. Mergulho com alegria nas linguagens do design digital, nos algoritmos das redes, nas danças efêmeras do conteúdo.